Campeonato disputado por 12 times no total, em um único turno, o Vasco se sagrou campeão após vencer o Fluminense em duas partidas por 2 a 1. Este foi o 22º título estadual do Gigante da Colina em sua história.
Quem está no clube hoje dá a sua declaração de como se encontra o ambiente vascaíno.
"O vestiário do Vasco vem da mesma maneira das outras fases, ambiente maravilhoso, alegre, grupo bastante unido, que brinca bastante. A ansiedade existe dos dois lados até a bola rolar " disse Felipe.
Ambientes parecidos inclusive na forma de lidar com vaidades. No Vasco de 2003, após a saída do capitão Petkovic, a faixa ficou com o pouco conhecido zagueiro Alex. Em 2010, Carlos Alberto deixou o clube e o goleiro Fernando Prass assumiu o posto. Em, ambos o casos, esperava-se que as escolhas fossem Marcelinho e Felipe, respectivamente.
"O Lopes disse que seria eu, mas falei na frente de todos que não queria, preferi dar para um companheiro que era referência na defesa. Queria ficar mais livre para ter outras responsabilidades em campo " disse Marcelinho Carioca.
Se hoje a motivação maior pelo título vem do longo jejum sem levantar uma taça na Primeira Divisão, naquela ocasião a rivalidade regional falava mais alto. Marcelinho lembra do jogo contra o Flamengo pela Taça Guanabara que valia a liderança do turno (o campeonato foi disputado em apenas um turno e os quatro primeiros fizeram as semifinais e finais).
" Podíamos perder, menos para eles. Disse isso antes do jogo " recorda Marcelinho, lembrando que na final contra o Fluminense a fome pelo título aumentou após declarações do então técnico tricolor Renato Gaúcho. " O Lopes nos contou no vestiário o que ele havia falado, que tinha provocado o Vasco. Entramos com mais vontade ainda.
Antônio Lopes lembra o título no dia 23 de março de 2011:
“Era um time de muita marcação, não tinha muitos nomes de grande expressão, mas fez uma campanha brilhante”, lembrou ontem o veterano treinador, por telefone. “Nunca poderia imaginar que o Vasco iria ficar de 2003 até 2011 sem ganhar título. O Vasco é grande, um time que sempre conquista títulos. Mas é uma fase de baixa que qualquer clube passa”, analisa Lopes, que de memória e de surpresa, porque não lembrava que hoje faz oito anos da última volta olímpica vascaína, citou alguns dos desconhecidos que fizeram daquele limitado time campeão.
“Tinha o Fábio, que hoje está no Cruzeiro, o Russo, a dupla de zaga com o Henrique, que era cunhado do Ramon (do time campeão da Libertadores, não o atual lateral-esquerdo), o Edinho, que trouxemos do Madureira, o Bruno Lazaroni, um volante muito bom. O Pet, que saiu para a China, mas entrou o Léo Lima, que jogou muito bem”, enumerou Lopes, lembrando uma das muitas confusões daquela final tumultuada no Maracanã, que recebeu cerca de 80 mil pessoas.
“O Renato Gaúcho até queria dar porrada no Léo Lima por causa do lance de letra”, lembra, sorrindo, Lopes, que ganhou quase tudo na Colina. Pelo Vasco, foram oito títulos, incluindo uma Libertadores — sua última passagem pelo clube foi em 2008, ano do rebaixamento. Mas é a derrota por 2 a 1 para o Real Madrid, em 1998, que ainda machuca o treinador.